Para Conselheiro, só com planejamento ODS poderão ser incorporados nas administrações

 

09/11/2018 - SÃO PAULO - O Conselheiro Sidney Beraldo afirmou ontem, durante curso promovido na sede do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP), que investir em planejamento é fundamental para que os municípios paulistas e o Estado consigam implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

“Nós não temos uma cultura de planejamento. Os dados demonstram claramente isso. Tanto é que, na média, as cidades do Estado tiveram classificação C+ (em fase de adequação) nesse quesito do IEG-M, em 2017. Ou seja, não tiveram planejamento”, explicou ele, referindo-se ao Índice de Efetividade da Gestão Municipal, indicador criado pelo TCESP para medir a eficiência das Prefeituras.

“E é óbvio que isso tem um impacto no desenvolvimento das políticas públicas, nos resultados e na qualidade do gasto. Não é à toa que, nos três anos de IEG-M, vimos que municípios com planejamento mais estruturado têm uma classificação geral melhor no indicador”, completou o Conselheiro.

Beraldo participou da palestra de abertura de evento 'ODS, Criação de Diagnósticos e Planejamento Rumo à Agenda 2030'. Organizado pelo Observatório do Futuro, núcleo implantado pelo TCESP para monitorar a incorporação das metas da ONU (Organização das Nações Unidas) no Estado, o encontro reuniu servidores, gestores públicos e integrantes de órgãos de planejamento e de controle interno das Prefeituras.

. Agenda 2030

Os ODS são metas estabelecidas internacionalmente para a adoção de compromissos que promovam o desenvolvimento sustentável por meio de parcerias globais. As 17 diretrizes devem ser cumpridas até 2030.

“Os ODS nasceram de uma mudança conceitual sobre  desenvolvimento. Não se trata mais de poder econômico, mas de bem-estar social, de pessoas”, disse Gustavo Fernandes, Assessor do Tribunal e Professor de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Segundo Fernandes, a história demonstra que é possível promover melhorias na gestão pública mesmo sem muito investimento.

“Isso tem a ver com inovação e planejamento”, ressaltou. “E a ideia dos ODS é justamente essa: a implantação de medidas ousadas e transformadoras, sem deixar ninguém para trás. Não é fácil nem rápido, mas é possível. Para isso, precisamos de planejamento, esforço, humildade para aprender e da consciência de que o que plantamos hoje será colhido por gerações futuras”, completou Fernandes.

Na avaliação do professor, o IEG-M e o IEG-E (Índice de Efetividade da Gestão Estadual) são prova disso.

O evento foi mediado pela Coordenadora do Observatório do Futuro, Manuela Prado Leitão.